quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

NÃO ÀS ESCOLAS CÍVICO-MILITARES

 




A escola cívico-militar em nossa região é apenas uma ferramenta eleitoreira da ala psiquiátrica dos negacionistas que desconhecem a educação pública. O modelo educacional se caracteriza pelo autoritarismo e pela exclusão de estudantes e professores que a ele não se ajustam, ferindo assim o caráter universal da escola pública, direito de todos e dever do Estado.

 Esta política fere o direito universal à educação de qualidade para todos os cidadãos, tendo caráter excludente uma vez que a militarização é proposta como um modelo de “escolas de alto nível”, às quais serão garantidas as condições diferenciadas efetivas para o funcionamento, enquanto as demais escolas das redes públicas regulares padecem em precárias condições infraestruturais, tecnológicas e pedagógicas.

  Os experimentos de militarização, que vêm incidindo, revelam ainda um modelo de escolarização excludente e seletivo, uma vez que as escolas militarizadas têm o poder de decidir sobre a permanência ou não dos estudantes e apresentam graves índices de retenção; reservam vagas para os filhos de membros de determinadas forças armadas ou polícia militar; obrigam ao uso de uniformes caros e cobram contribuições mensais das famílias, ferindo a Constituição Federal quanto à gratuidade do ensino público. Esses fatores fazem com que a escola militarizada seja destinada apenas aos estudantes com melhores condições socioeconômicas, tornando-se, efetivamente, uma escola pública elitizada.

 Na prática, há contradição entre o trabalho dos docentes, encarregado do ensino, e a gestão militar, pois esta não tem necessariamente formação pedagógica e se norteia por uma cultura institucional semelhante às instituições militares, cujo fim é a proteção e a guerra e não a vida cidadã numa sociedade democrática.

É necessário ressaltar que o papel fundamental que os policiais têm para a segurança pública, que inclui a segurança nas escolas, e não a educação dos nossos alunos.

 As escolas cívico-militares atentam contra a missão e as finalidades da vida escolar, ao impor aos estudantes normas típicas da disciplina militar e uma padronização de comportamento pessoal e até mesmo de vestuário. É parte da convivência escolar a liberdade de expressão, a tolerância, a troca de experiências e a livre manifestação da individualidade humana.

 Não aceitamos essa imposição em nossa região!

 Renato Granito Dias é professor e Conselheiro Estadual da APEOESP

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