
“Já no gabinete do Ministro de Estado da Educação,
Abraham Weintraub, o Prefeito solicitou a inclusão de uma Escola Militar em
nosso município. Naufel informou que Mococa está à disposição para recepcionar
visita, informação, ou seja, tudo é necessário para que possa ser implantado o
programa em Mococa”. (Página do Facebook da Prefeitura Municipal de
Mococa).
A
valorização da educação pública municipal passa por mais verbas, mais
funcionários, mais professores, conselhos escolares atuantes, merenda de
qualidade e a maior participação dos pais e da comunidade. Os Conselhos de
Escola devem ser fortalecidos, não apenas para serem chamados a deliberar sobre
assuntos que interessam às direções das escolas, ou ao secretário, mas como
parte da rotina da comunidade escolar.
Esta
política fere o direito universal à educação de qualidade para todos os
cidadãos, tendo caráter excludente uma vez que a militarização é proposta como
um modelo de “escolas de alto nível”, às quais serão garantidas as condições
diferenciadas efetivas para o funcionamento, enquanto as demais escolas das
redes públicas regulares padecem em precárias condições infraestruturais, tecnológicas
e pedagógicas.
Os experimentos de militarização, que vêm incidindo,
revelam ainda um modelo de escolarização excludente e seletivo, uma vez que as
escolas militarizadas têm o poder de decidir sobre a permanência ou não dos
estudantes e apresentam graves índices de retenção; reservam vagas para os
filhos de membros de determinadas forças armadas ou polícia militar; obrigam ao
uso de uniformes caros e cobram contribuições mensais das famílias, ferindo a
Constituição Federal quanto à gratuidade do ensino público. Esses fatores fazem
com que a escola militarizada seja destinada apenas aos estudantes com melhores
condições socioeconômicas, tornando-se, efetivamente, uma escola pública
elitizada.
Na
prática, há contradição entre o trabalho dos docentes, encarregado do ensino, e
a gestão militar, pois esta não tem necessariamente formação pedagógica e se
norteia por uma cultura institucional semelhante às instituições militares,
cujo fim é a proteção e a guerra e não a vida cidadã numa sociedade
democrática.
É
necessário ressaltar que o papel fundamental que os policiais têm para a
segurança pública, que inclui a segurança nas escolas, e não a educação dos
nossos alunos.
Não
aceitamos essa imposição em nossa cidade!
Renato
Granito Dias ( Professor e Conselheiro Estadual da APEOESP)
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