
Não serão apenas os professores e estudantes das 94 escolas estaduais que o governo quer fechar que serão afetadas pela reorganização, mas toda a rede pública estadual.
O governo do estado de São Paulo anunciou, nesta semana, a lista das 94 escolas que serão fechadas. ao mesmo tempo, o secretário de Educação, Herman Jacobus Cornelis Vooward apresentou dados que comprovam o impacto que o projeto da “reoganização” causará na rede de ensino.
Segundo o secretário, a rede de ensino estadual atualmente é formada por 5.147 escolas, e atende a 3,8 milhões alunos em todo estado. Hoje, sem a reorganização, a rede possui 1.443 escolas atendendo um único ciclo; se a medida for imposta, passará a contar com 2.197 escolas deste tipo.
Com dois ciclos são atualmente 3.209 escolas que seriam reduzidas para 2.655. De três ciclos passariam de 495 escolas para 315.
No total, 1464 escolas participariam diretamente do processo de “reorganização”, o que equivale a 30% das escolas, sendo assim, e mais de 1 milhão de estudantes serão envolvidos diretamente, e não 311 mil, como afirma o governo.
Mais de 70 mil professores (cerca de 1/3 da rede) seria diretamente afetados pela desorganização promovida pelo governo, sem qualquer consulta à comunidade escolar. Mais de 10 mil funcionários também seriam atingidos, nestas escolas.
Tais dados se referem apenas aos afetados diretamente pela reorganização, entretanto, indiretamente serão muito mais. Vejamos:
Os professores efetivos que lecionam nas escolas que serão fechadas irão participar do processo de atribuição em outras unidades escolares, e concorrerão com os efetivos que já lecionavam na escola, os que tiverem menor pontuação terão que se deslocarem para outras escolas, muitas vezes distantes das atuais, ou até mesmo terem que lecionar em duas ou três escolas para completarem suas aulas, correndo o risco de ficarem adidos. Dessa forma cria-se um efeito dominó, professores se deslocam das escolas fechadas e com isso, desloca outros professores, e no final, milhares de professores ficarão sem aulas, desempregados.
Os professores da categoria F (estáveis) correm o risco de ficarem somente com as aulas de permanência, sem aulas atribuídas e os professores categoria O, que são os últimos a terem aulas atribuídas, ficarão desempregados.
Diante do fato de que a “reorganização” afetará milhares de professores, estudantes e suas famílias, é necessária a ampliação das mobilizações e o fortalecimento da unidade nesta luta.
É preciso encará-lo como ele realmente é: um ataque contra o conjunto da categoria e contra todo o ensino público, que para ser derrotado precisa ser enfrentado com uma mobilização geral da categoria.
Neste sentido, é preciso colocar em execução o calendário aprovado na última assembleia da categoria, envolvendo o conjunto do s professores, funcionários, pais e alunos (que hoje são a vanguarda da mobilização contra a "reorganização").
TEXTO: PCO (http://www.pco.org.br/movimento-operario/com-a-reorganizacao-tucana-todos-perderao/szee,b.html)
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