sexta-feira, 3 de abril de 2015

PARABÉNS MOCOCA PELOS 159 ANOS! Mococa em 1926


Em meados de 1926, com uma extensão urbana considerável de 2.100 quilômetros quadrados, produzindo a vultuosa quantia de um milhão de arroubas de café, bem como, uma população estimável de 40 mil habitantes, Mococa destacava-se entre os municípios mais formidáveis e fecundos do Estado de São Paulo. A iluminação pública esplendorosa deixando todas as vias públicas acesas, assim como a distribuição de energia pelas residências com maior poder aquisitivo, é de responsabilidade de uma empresa do grupo familiar local denominada de Companhia Luz e Força de Mococa, a água e esgoto também abasteciam boa parte do município, de propriedade da Câmara Municipal.
A educação dos munícipes com maior ascendência social era garantida pelo antigo Colégio Nossa Senhora de Nazareth que passou a denominar-se Colégio Maria Imaculada, que por sua vez recebiam somente meninas em regime de internato e externato, mantido pelas irmãs concepcionistas. Os cidadãos mais abastados tinham como opção estudarem na Escola de Comércio, e no Grupo Escolar que conservava neste respectivo ano 24 classes em funcionamento.
Contávamos com alguns empreendimentos sejam eles de cunho da aristocracia rural (burguesia rural) que investia seus capitais em outras atividades, sejam dos imigrantes (burguesia imigrante), que vinham com algum capital proveniente do seu país de origem, como no nosso caso a maioria da Itália. O setor industrial bem diversificado ramificava-se por diversos seguimentos tais como: fábrica de macarrão, chapéus, calçados, artefatos de couro, gelo, curtumes, fundição de ferro e bronze, e maquinas para a lavoura, produzidas pela moderna fábrica de fundição J Nicola & Irmãos, fábrica de manteiga e requeijão, de tijolos e telhas, de farinha de mandioca e etc.
O comércio bem diversificado na sua maioria com telefones próprios, com hotéis como o Hotel Terraço, e varias agencias de fábricas, outro destaque de maior proeminência para o período era a unidade de uma casa bancária fundada e com sua matriz no município, trata-se do Banco F. Barretto de propriedade do fazendeiro e empresário Francisco Muniz Barretto, que representava um considerável fluxo bancário entre eles dezenas de outras casas bancárias, tais como: Banco do Brasil, Banco Germânico da América do Sul, Banco Nacional da Cidade de New York, Banco Real do Canadá, outra casa bancária genuinamente da cidade era o Banco de Mococa fundado em 1925 e presidido por José Quintino Pereira, com capital financeiro argentino. Na área de saúde e assistência social, Mococa estava bem munida, com uma Santa Casa de Misericórdia e Asilo de Mendicância, gabinetes dentários e cerca de dezesseis farmácias, sempre com uma de plantão aos finais de semana. O município também era mantido por 150 modernas fazendas pertencentes à burguesia rural.
A cultura também era prospera, com dois grandes teatros, O luxuoso São Sebastião, bem como O Teatro Central, ambos de propriedade privada. A cidade mantinha um extenso conjunto arquitetônico de relevância nacional devido seu valor artístico, tal como dois templos religiosos monumentais, assim como, os casarios a seu redor, ambos construídos com o ouro verde, mais conhecido como café grande propulsor econômico desta municipalidade e ascensão, acomodávamos, um clube social e um clube de futebol de magnitude regional.
O que se pode observar por este lacônico relato é a magnitude de uma cidade florescente, em franco desenvolvimento econômico com propensões futuras. Porém por inúmeros motivos colhemos outras conseqüências que não caberiam ser enumeradas neste apanhado de 1926, mas por todo um longo e doloroso percurso de conchavos políticos e econômicos, de relevância municipal regional, nacional ou internacional, que transformaram numa cidade decadente e sem identidade no final do século XX, muito diferente da charmosa Mococa da década de 1920.


 Renato Granito

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